O estigma em torno do suicídio torna tudo em volta dele muito complicado!
Quem está sofrendo com esse tipo de pensamento muitas vezes se sente culpado, sozinho e preso.
Os familiares e amigos de quem foi acometido pelo suicidio podem sentir tristeza, culpa, raiva, ressentimento e confusão.
Na última década, infelizmente, foi observado um aumento significativo nas taxas de suicídio.
E existem muitos fatores que podem afetar essa condição: genéticos, ambientais e sociais.
Por isso, a prevenção do suicidio é uma questão urgente e complexa!
Todos deveriam ter acesso público a serviços de terapia e acompanhamento de sua saúde mental, mas sabemos que essa não é a realidade do Brasil.
Então como a prática de meditação e mindfulness pode ajudar quem tem pensamentos suicidas?
1) Mudar a relação com os pensamentos
Todo sofrimento tem ao menos duas “camadas”: a fisiologia (as sensações físicas) e os pensamentos (como a pessoa interpreta e se relaciona com as sensações que sente).
Para a maioria das pessoas, os pensamentos são os protagonistas da experiência.
Os outros sentidos (visão, paladar, tato, olfato e audição) ficam esquecidos, enquanto todo o valor do seu “eu” é identificado com o pensamento.
Porém é possível ter outro relacionamento com eles através da meditação.
É possível:
que os pensamentos, por mais que pareçam intrusivos e ameaçadores, sejam experienciados não como fatos.
criar uma distância para poder observar a mente, conviver com dificuldades e fazer as pazes com os sentimentos mais desesperadores.
estar conectado a muito mais do que apenas o nosso pequeno conceito do “eu no mundo”.
observar as nuances de toda experiência e perceber que até as que há mais aversão nunca continuam igual, se transformando a cada momento.
2) Se tornar amigo da mente
Para muitos, há uma voz criticando e julgando, que fica em segundo plano o tempo todo, dando opinião sobre tudo que acontece.
Uma pessoa que está acometida por pensamentos suicidas, essa auto-crítica pode ser imensa e quase insuportável!
Dessa forma, cultivar a compaixão e o perdão por si mesmo é algo essencial para criar resiliência e segurança.
Além disso, essas práticas cultivam uma mente focada em cuidar de si de forma saudável.
3) Acostumar a pausar e relaxar
Grande parte das pessoas acometidas por essa condição, experiencia um grande número de pensamentos que fazem um ping-pong na mente!
“tudo que eu faço importa”
“nada do que eu faço importa”
“tudo que eu penso é inútil"
“meu cérebro está mentindo pra mim”
"não posso confiar em mim mesmo”
“só posso confiar em mim mesmo”
A incessante necessidade de chegar a conclusões e definições finais, controlar e resolver todos os problemas, faz com que a pessoa se sinta ainda mais presa aquela situação.
Por isso, meditar dá uma desculpa para ter que pausar, parar e não fazer nada.
Assim, aquela pressão é retirada, pois não há nada para ser resolvido durante aquele tempo.
IMPORTANTE:
Como meditar de forma segura se você está acometido por pensamentos suicidas?
É recomendado que você informe o seu terapeuta ou médico que você está meditando para que eles acompanhem o seu bem estar.
Isso porque parar e observar os pensamentos destrutivos pode ser uma experiência muito intensa e até piorar o estado mental geral.
Vá com muita calma e peça ajuda quando encontrar dificuldades!!
Mantenha os períodos de meditação curtos.
Prefira meditações guiadas.
Não se pressione para ficar na mesma posição e nem completar a sessão toda.
Pare de meditar se sentir que está entrando em espirais de pensamentos negativos.
PRINCIPALMENTE:
Saiba que você não precisa passar por isso sozinho.
Por mais difícil que seja, tente conversar com as pessoas em quem confia.
Sua vida tem muito valor e significado para aqueles ao seu redor.
E transformar a sua relação com a vida é possível!
Se precisar de apoio, entre em contato com LeveMente para mais informações e centros locais a você ou acesse:
www.cvv.org.br
www.setembroamarelo.com
Fontes: Livros “Mindfulness-Based Cognitive Therapy with People at Risk of Suicide” e “Mindfulness and the Transformation of Despair: Working with People at Risk of Suicide”
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