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Buddha: A vida é sofrimento


A lenda do Buddha Siddhārtha Gautama diz que ele se sentou embaixo de uma árvore e meditou por muito tempo. Quando se levantou, havia atingido a iluminação e entendido as 4 nobres verdades, bases do budismo até hoje.


A primeira verdade do Buddha é apenas uma palavra: Duḥkha, em sânscrito. A tradução mais comum é “a vida é sofrimento”. Na minha opinião, o que ela realmente quer dizer é que é impossível estar vivo sem sofrer às vezes. A vida sempre vai trazer insatisfação e frustração. Mas isso é verdade mesmo?


António Damásio provavelmente concorda. Ele é um neurologista que estuda as emoções humanas e a consciência. Em seus livros, ele diz que a mente funciona como um scanner de sofrimento, o tempo todo à procura de problemas que possam ser resolvidos para aumentar o bem estar daquele ser.


Os estímulos externos do mundo entram em contato com o nosso corpo e a mente os traduzem na forma de sentimentos positivos ou negativos para que até a realidade mais complexa seja navegável.


Sentimentos desde os mais básicos como fome, sede e dor até os mais complexos como desconforto, felicidade e compaixão, indicam a condição daquela pessoa e sua relação com o mundo exterior.


António diz que todas as formas de vida com sistemas nervosos são capazes de ter sensações, mas alguns poucos organismos também são capazes de pensar. Ao pensar, as informações e os padrões recebidos são traduzidos em pensamentos e imagens mentais, como uma representação do mundo dentro da consciência de cada ser.


Quando um ser tem o sistema nervoso muito complexo (como nós!), ele consegue manipular os pensamentos e imagens mentais, guardar na memória, usar como referência, planejar, abstrair e usar a razão.


Ou seja, várias formas de encontrar novos problemas para resolver e criar problemas imaginários caso eles não existam!! Por isso mesmo, não me admira em nada que a primeira verdade dita pelo Buddha é Duḥkha!


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