Mantras
Sessões por ordem de complexidade
Para alcançar todos os benefícios que a meditação pode trazer, veja as instruções antes de começar.
Antes de realizar a sessão pela primeira vez, ouça ou leia (abaixo) a introdução dela para que você entenda qual o intuito e o que deve observar.
Sessão 6 Introdução - Compaixão 1
A meditação de Compaixão (também chamada de "Metta" ou "lovingkindness") não é uma meditação tradicional. Ao contrário dos outros tipos, em que você tenta se libertar das histórias que aparecem na sua mente, nessa sessão a ideia é associar a compaixão com os símbolos de você mesmo e dos outros.
É normal reagir a interações com outras pessoas, inclusive com você mesmo, sem se interessar, ouvir, realmente estar presente e sem se perder em pensamentos sobre o futuro ou o passado. Na prática, treinar essa associação de Compaixão faz com que seja possível aceitar todas as interações com mais gentileza e atenção no dia a dia, pois a mente já se acostumou com isso durante as sessões.
Porém, esse tipo de meditação não irá fabricar sentimentos, portanto você não sairá dela gostando de alguém que inicialmente não gostava, mesmo sendo possível nutrir muita compaixão direcionada a essa pessoa.
Mindfulness é sempre um exercício de atenção. Nesse caso, a atenção na ideia de uma pessoa e no mantra da compaixão associada a ela. Inicialmente, você vai oferecer o mantra pra você mesmo, depois para pessoas específicas e depois para todos os seres vivos. Esse mantra tem quatro frases:
“Que eu esteja protegido
Que eu esteja feliz
Que eu esteja saudável
Que eu viva em paz”
Quando repetir esse mantra mentalmente, não é necessário usar um tom de que está implorando, mas sim numa intenção de generosidade ou bênção de você mesmo e dos outros. “Sim, que eu esteja feliz.”
O mantra não necessariamente precisa ser esse, pois a ideia por detrás das palavras é o mais importante. Dessa forma, é possível mudar as palavras ou as frases para as que fazem mais sentido pra você.
Por fim, é provável que aparecerão várias associações e ideias enquanto você pensa nas frases do mantra e nas pessoas. Você vai tentar deixar esses pensamentos passarem por você sem perseguir o pensamento ou atacá-lo. Só deixe ele passar e volte a atenção para as frases do mantra e para quem você o está oferecendo.
Sessão 12 Introdução - Compaixão 2
A meditação "metta" original tem como objetivo chamar para a consciência um estado mental ("lovingkindness") que permite a conexão profunda com outros seres vivos. Tal estado pode se manifestar com diferentes emoções dependendo do contexto em que ele aparece.
Na presença de felicidade, "lovingkindness" se manifesta como uma alegria altruísta (um estado em que você sente a felicidade pela felicidade do outro).
Já quando chamado para a mente na presença de sofrimento (seu ou dos outros), se manifesta como compaixão. A compaixão é um desejo de aliviar o sofrimento dos seres.
É importante notar a diferença entre a compaixão e a empatia. A compaixão é o desejo sincero de ajudar. Usando ela ou a empatia você pode intuir como os outros se sentem. Porém, a empatia faz com que você se identifique com os sentimentos dos outros a ponto de senti-los também.
Portanto, se você nota que está entrando em estados mentais negativos durante essa sessão , lembre-se que compaixão não é compartilhar a dor dos outros, isso é a empatia. Para evitar usá-la como objeto da sua meditação, mude o foco do mantra para você mesmo ou preste atenção apenas na respiração até se sentir novamente apto a oferecer as palavras para outra pessoa.
Sessão 18 Introdução - Compaixão 3
Nesta sessão, você vai fazer uma meditação usando o sentimento de gratidão como objeto. Você irá pensar em diversos momentos da sua vida com a intenção de chamar esse sentimento para sua mente. Caso consiga perceber ele surgindo, observe as sensações que acompanham.
Ao imaginar essas situações, pode ser difícil não se prender em pensamentos e histórias sobre esses momentos. Se você notar que está analisando muito seus pensamentos, tente mudar o seu foco de atenção para o corpo assim que chamar um momento da sua vida para a mente.
No dia a dia, é difícil parar para apreciar tudo que temos, mas conforme você treina perceber a gratidão quando ela aparece, você vai notar que ela está muito mais presente na sua mente do que você imagina.
Variações do mantra da compaixão
Tradução do mantra original incluído em Visuddhimagga (ou "O Caminho da Purificação"), ensinamentos do Buda, escrito no século V por Buddhaghosa:
"Que eu seja pacífico, feliz e leve no corpo e no espírito.
Que eu esteja seguro e livre de sofrimento.
Que eu seja livre da raiva, das aflições, do medo e da ansiedade.
Que eu aprenda a me olhar com os olhos da compreensão e do amor.
Que eu possa reconhecer e plantar sementes de alegria e felicidade em mim.
Que eu aprenda a identificar e ver as fontes de raiva, desejo e ilusão em mim mesmo.
Que eu saiba nutrir as sementes da alegria em mim todos os dias.
Que eu possa viver renovado, sólido e livre.
Que eu seja livre do apego e da aversão, mas não seja indiferente."
Outras variações do mantra:
"Que eu esteja à vontade em meu corpo, sentindo o chão sob meu assento e meus pés.
Que eu seja atencioso e gentil com meu próprio desconforto e sofrimento.
Que eu esteja atento e grato pela minha própria alegria e bem-estar.
Que eu possa interagir com os outros livremente de forma aberta.
Que eu receba os outros com simpatia e compreensão."
"Que eu possa estar seguro
Que eu seja feliz
Que eu seja saudável
E possa viver com facilidade"