Uma vez que seu cérebro está desenvolvido, a única coisa que você pode antecipar é o declínio de suas funções.
Isso é o que se acreditava antigamente!
Hoje em dia, já se sabe que o cérebro humano se adapta ao longo da vida.
Um fenômeno chamado NEUROPLASTICIDADE!
O volume das regiões pode mudar, as conexões entre certos neurônios podem aumentar, diminuir, serem criadas ou degradadas de acordo com o estilo de vida e o que aprendemos.
Então, qual é o efeito da MEDITAÇÃO nessa plasticidade cerebral?
Que mudanças fisiológicas essa prática traz?
Isso é exatamente o que a Dra. Sara Lazar pesquisa como neurocientista do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School.
Hoje, vamos ver alguns dos seus resultados mais impressionantes!
1) Quem medita há muito tempo tem um cérebro diferente?
SIM!
O grupo de meditadores regulares apresentou maior volume de massa cinzenta no córtex frontal, na ínsula e nas regiões sensoriais quando comparados ao grupo controle que não medita.
Essas regiões estão associadas ao aprimoramento dos sentidos e à redução dos pensamentos excessivos.
2) As mudanças no cérebro são realmente promovidas pela meditação?
SIM!
Para saber se a transformação observada na fisiologia foi resultado de um estilo de vida saudável em geral ou apenas da meditação, a equipe da Dra. Lazar comparou 2 grupos de pessoas que nunca meditaram antes: Um grupo meditou regularmente e o outro não.
O grupo que meditou apresentou repressão da atividade de certas regiões responsáveis por diversos aspectos da mente:
Hipocampo esquerdo - Responde “quem sou eu?” usando as memórias autobiográficas.
Amígdala - Responde “devo estar em alerta nesse momento?” interpretando os estímulos externos.
Junção temporoparietal - Responde “para onde devo direcionar minha atenção?” e se ela deve ser sustentada.
Córtex cingulado posterior - Responde “como isso é relevante para mim?” usando divagações, pensamentos, histórias e símbolos.
“Ponte”, no tronco encefálico - Responde “como devo regular minhas emoções nesse momento?” produzindo neurotransmissores.
3) Meditar preserva o cérebro na velhice?
SIM!
O córtex humano reduz seu volume conforme envelhecemos.
É por isso que temos mais dificuldade de lembrar ou entender as coisas quando idosos.
Porém, existe um grande efeito da meditação nesse processo!
Lazar e sua equipe descobriram que meditadores de 40 a 50 anos tinham a mesma quantidade de massa cinzenta em seu córtex que os de 20 a 30 anos.
4) Começar a meditar na velhice também transforma o cérebro?
SIM!
Mesmo começando tarde, os estudos da Dra. mostraram que a meditação aumenta a inteligência fluida nos idosos.
Esse tipo de inteligência está relacionada a:
concentração, memória, metacognição, planejamento, monitoramento e controle das próprias atividades.
Um dos estudos demonstrou que o grupo de meditadores continuou melhorando suas funções cognitivas durante os próximos 12 meses após o estudo.
Por outro lado, o grupo controle usou jogos mentais para estimular a mente e, após um período inicial de melhora na inteligência fluida, voltaram para seu nível inicial.
QUAL A CONCLUSÃO?
A conclusão é óbvia, não é? Meditar é essencial para manter a saúde cerebral a longo prazo!
“Mindfulness é como exercício. É uma forma de exercício mental, na verdade. E assim como o exercício aumenta a saúde, nos ajuda a lidar melhor com o estresse e promove a longevidade.”
“O mais importante, se você vai tentar, é encontrar um bom professor. Porque é simples, mas também é complexo. Você tem que entender o que está acontecendo em sua mente. Um bom professor não tem preço”
Métodos usados nos estudos:
Os grupos de meditadores realizaram um programa de oito semanas chamado MBSR (Mindfulness-Based Stress Reduction).
A média de tempo de meditação nos estudos foi de 27 minutos por dia.
Os efeitos fisiológicos foram medidos usando ressonância magnética.
Referências:
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